sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

APRESENTAÇÃO



OS LIVROS POÉTICOS - JÓ A CANTARES DE SALOMÃO



1.    Introdução
A poesia nas Escrituras tem o objetivo de expor a verdadeira religião, a saber: a religião do Deus de Israel. Os Livros Poéticos foram escritos de maneira simples, clara e compreensível por homens ungidos pelo Espírito Santo. Seus ensinos são universais e abrangem assuntos de importância máxima e interesse de todos. Suas palavras são pensamentos do homem refletindo e proclamando a verdade inalterável do Altíssimo.
São cinco livros poéticos na Bíblia: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares. Destes, três são considerados também livros da Sabedoria: Jó, Provérbios e Eclesiastes. O primeiro apresenta sabedoria para aquele que sofre na provação. O segundo ocupa-se da sabedoria para aquele que deseja crescer e frutificar na vida espiritual, isto é, sabedoria prática. O último expõe a sabedoria para aquele que procura a razão da existência humana, isto é, sabedoria filosófica. Todos são livros de sapiência, escritos de forma poética.

2.    O Livro de Jó: por que o sofre o justo
Não há certeza sobre quem escreveu o livro de Jó. Muitas são as possibilidades e, dentre elas, o mais aceito é Moisés, de acordo com o Talmude (Livro Sagrado dos Judeus), devido à forma de escrita e sacrifícios apresentados no livro, que se assemelham aos dos patriarcas.
Jó é um livro didático, com pensamento-chave baseado nas provações. Ele foi admirado e exaltado por teólogos como Lutero pelo exemplo de relacionamento entre o homem e seu Criador.
A localização da terra natal de Jó seria a leste de Canaã, talvez na atual Arábia Saudita. Ele viveu em uma região onde havia pastagem e água para seu gado. Possivelmente, sua residência principal era na cidade, deixando os animais e a lavoura aos cuidados dos muitos servos.
Temos em Jó um livro doutrinário. Esta antiga obra, divinamente inspirada, fala da doutrina de Deus, do homem, de Satanás, do pecado, da justiça, da fé, da disciplina, da criação e de outras.
As quatro partes principais do livro são: Prólogo, Diálogo, Monólogo e Epílogo. Sabemos que esta é uma história real, pois este homem é citado como exemplo em Ezequiel 14.14 e Tiago 5.11.
Jó era um homem dedicado, constante no louvor a Deus e que amava muito os filhos (1.5). Era reto, íntegro, temente a Jeová e desviava-se do mal. Era também uma pessoa respeitada pelo povo da sua comunidade; um conselheiro sábio que socorria os pobres; um homem bom e honrado (29.7-25).
A história de Jó acrescentam-se outros quatro personagens: os três “amigos”, mais Eliú. Sem eles não teríamos a explicação (falha) da mente humana para o sofrimento dos justos. Conhecendo esses amigos de Jó, compreendemos suas críticas e contendas:
Elifaz parece ser o porta-voz dos três homens que se dispuseram a falar com Jó e talvez o mais idoso. É também o de mais maturidade e raciocínio dentre eles. É nobre, sincero e culto. Ele diz que Deus é soberano, justo e puro (4.17) e que o homem é causador dos seus próprios problemas (5.7).
Bildade é o tradicionalista do grupo (8.8-10) e, mais argumentador que Elifaz. Acusa Jó de impiedade (8.13) e seu argumento-chave é o de que Deus jamais perverte o direito (8.3).
Zofar é dogmático, severo e moralista, exibindo às vezes uma atitude convencida de ser mais santo do que o próximo. Acusa Jó de jactância (11.2-6).
Eliú era o mais jovem dos quatro e sem grande intimidade com Jó. Um dos seus argumentos-chave é o de que Deus é sempre bom e misericordioso (33.24).
Independente de qualquer qualidade destes homens, precisamos reconhecer que eles foram os únicos que saíram das suas terras e foram prestar condolências a Jó, sentando ao seu lado e permanecendo em silêncio por um longo tempo, em sinal de luto e apoio.
No trecho do capítulo 1.6-22, vemos o primeiro ataque de Satanás contra Jó. Ressalta-se que, antes da morte e ressurreição de Cristo Jesus, Satanás tinha acesso, vez por outra, à presença de Deus, quando questionava a sinceridade e retidão dos fiéis (Ap 12.10). Hoje Jesus é o nosso Advogado e nenhuma acusação permanece, pois fomos lavados pelo sangue dEle.
Conforme o texto supracitado há um diálogo entre Deus e Satanás que revela que o inimigo das nossas almas não é onipresente, pois, se fosse, não teria que ficar rodeando a terra e o mesmo está sempre em atividade, a serviço do seu reino tenebroso, procurando destruir a fé dos cristãos. Além disso, vemos que Satanás acusa falsamente os servos do Senhor e depende da permissão do Altíssimo para provar os crentes.
Com a permissão de Deus, Satanás sai da presença do Altíssimo decidido a destruir a fé de Jó. Usando os sabeus como instrumento, ele ataca e destrói primeiramente os animais domésticos e os empregados de Jó. Após, através da força da natureza, os filhos do patriarca morrem, no que ele se levantou, rasgou o manto, rapou a cabeça, lançou-se ao chão em sinal de e adorou a Deus.
O inimigo estava esperando a blasfêmia de Jó contra o Senhor, mas ao invés disso, ele O adorou, pois percebeu, antes de perder tudo, que Deus o tinha abençoado grandemente e tudo havia sido dado pelo Senhor e Ele podia tirar.
No capítulo 2, Satanás volta à presença de Deus acusando Jó, pela segunda vez. O inimigo está irritado porque perdeu a primeira peleja. Jeová reafirma que Jó continua servindo-O fielmente, mesmo depois de ter perdido os bens e filhos.
Agora, o desafio do inimigo é para que Deus toque no corpo de Jó e o fira. Satanás está convencido de que, se perder a saúde, Jó negará ao seu Senhor. Assim, o inimigo fere o corpo de Jó com chagas malignas. A Bíblia diz que as feridas o cobriram “desde a planta dos pés ao alto da cabeça”.
Jó sofre com tamanha coceira que ele pega um caco de telha para se raspar. Sua aflição é de tal forma que ele procura aliviar a dor e o calor insuportável que sente no corpo. Para piorar, um intenso sofrimento emocional se abate sobre Jó. É verdade que sua alma permanece ligada ao Criador, mas isso não impede que ele busque com ansiedade a razão da sua dor.
Sabemos muito pouco sobre a esposa de Jó, mas não há dúvidas de que ela estava lá. Observemos a situação: uma senhora casada com um homem rico, crente, conhecido e honrado em sua comunidade, com uma família grande, muitos empregados e vivendo confortavelmente, tem, de uma hora para outra, uma mudança radical. Seus filhos e empregados foram aniquilados. Os bens, saqueados e destruídos. O marido, sentado no meio da cinza do monturo, sofria agonia intensa, tendo seu corpo coberto por chagas repugnantes. O coração de mãe e esposa não suportou a tamanha calamidade. Ficou grandemente magoada, ressentida contra Deus e se tornou um agende do adversário (2.9).
No versículo 11, os três amigos de Jó se reúnem ao chegarem cada um do seu lugar. Esta reunião teve como objetivo coordenar a assistência ao amigo, que se encontrava em estado lastimável. O problema de Elifaz, Bildade e Zofar é que se tornaram impacientes e precipitados em seus julgamentos.
O diálogo é parte mais extensa do Livro de Jó, permeando do capítulo 3 ao 31 ou quase 75% do livro. Vinte capítulos são palavras de Jó e nove são palavras de seus amigos.
Logo no início do capítulo 3 vemos o que poderíamos chamar de “O desabafo de Jó”. Nos primeiros versículos, o patriarca amaldiçoa o dia do seu nascimento e a noite da sua concepção (v.3). Jó lamenta porque não morreu no ventre da sua mãe ou pelo menos ao nascer, significando que ele quer repousar.
Na última parte deste capítulo, o desânimo de Jó aumenta e, nesta situação desesperadora, ele vê a morte e o túmulo como algo mais desejoso que tesouros ocultos (v.21). Só sabe o tamanho do sofrimento, quem o está vivendo.
Nos capítulos 4 e 5, Elifaz fala e, logo de início, mostra-se impaciente com Jó ao perguntar: “Se intentar alguém falar-te, enfadar-te-ás?”. Ele mostra seu espírito acusador logo no começo, indicando que Jó não é inocente de pecado e nem reto. Sua “autoridade” é baseada em uma visão noturna (4.13). Um “espírito” que passou diante dele, fazendo-o arrepiar os cabelos (4.15).
Precisamos tomar muito cuidado com “visões” e “sonhos”, pois nem sempre provêm de Deus. Há “revelações” que vêm do inimigo, da carne ou de uma mente doentia.
Replicando às acusações de Elifaz, no capítulo 6, Jó defende a razão de suas mágoas e lamentos. Ele declara que suas palavras foram precipitadas porque se sente como um alvo do Altíssimo. No versículo 14, o patriarca diz que se deve mostrar compaixão ao aflito. Os seus amigos não são amigos de verdade. Jó compara os três a um ribeiro sazonal, que no verão se seca e no inverno torna-se uma torrente. Assim são seus colegas: quando deveriam ficar em silêncio, falam demais, usando palavras vãs e sem conteúdo; quando Jó anela ouvir declarações confortantes, eles não têm respostas adequadas para as perguntas.
No capítulo 7, Jó dá vazão à amargura da sua alma, dirigindo-se a Deus. Ele achava que a mão de Deus estava pesando sobre sua vida. Achava que se o Senhor se afastasse dele um pouco, ele ficaria aliviado da sua enfermidade. O patriarca desejava saber se havia algo errado para que ele concertasse.
Bildade inicia seu atace contra Jó no capítulo 8, afirmando que suas palavras são como vento impetuoso. Ele diz que Deus não perverteria o direito e a justiça. Ele ainda diz que os filhos de Jó haviam pecado e por isso morreram. Se fosse o contrário, o Senhor não o estaria castigando.
No capítulo 9 Jó responde, concordando, em parte com Bildade. Ele, de fato indaga: “como pode o homem ser justo para com Deus?” (9.2). A majestade do Todo-Poderoso é tão alta que o homem comum não pode responder a Deus.
O patriarca passa a reclamar da severidade de Deus contra ele, no capítulo 10. A situação se torna mais séria e mais grave e suas queixas e dúvidas aumentam em número e proporção. O sofrimento emocional e a noção que tem sobre a justiça domina sua mente aflita.
Os capítulos 11 a 14 registram o primeiro debate entre Zofar e Jó. Zofar, o naamatita, inicia seus argumentos dizendo que Jó é um tagarela. Ele acha que o patriarca fala sobre coisas que não entende. Zofar está dizendo que Deus é até tolerante demais com Jó e que ele merecia um castigo maior do que o que já está recebendo.
Notamos ironia nas palavras do patriarca, quando ele começa a responder a Zofar. No versículo 1 do 12º capítulo, Jó declara: “vós sois o povo, e convosco morrerá a sabedoria”. Ele está zombando de Zofar e dos demais, pondo em descoberto a insinceridade e falsidade dos seus argumentos.
O texto de Jó 13.20-14.22 revela o ponto mais crítico que chegou Jó na sua prova. Sua esperança está enfraquecendo cada vez mais. Ele não tem a mínima confiança em seus amigos. Deus o mantém mudo. A dor continua a latejar e a causar deterioração no corpo e desânimo na alma.
Os capítulos 15-21 denota a segunda série de debates onde os amigos de Jó tentam se convencer que ele está em pecado enquanto o mesmo procura provar a sua justiça. No capítulo 15, Elifaz replica a Jó, insinuando que suas palavras são como o vento oriental (15.2). Também acusa Jó de pensar que Deus fale com ele pessoalmente (15.8). Em suma, a acusação, neste capítulo, é a de que Jó é um homem impiedoso, que falta com reverência e respeito ao Senhor.
Jó relata as injúrias que são todos “consoladores miseráveis”, “que continuam jogando lenha em seu holocausto, ao invés de tentarem ajudar a achar a justa resposta para a sua angústia. Que Deus é o seu advogado (16.19) e há de o defender. Jó sabia que sua esperança está se esgotando (17.15-16), mas a fé no Altíssimo resiste e Ele irá o justificar”.
Bildade também equipara Jó aos ímpios (18.5). Os “consoladores” de Jó, que primeiro haviam lhe dirigido acusação indireta, estão agora sendo mais rígidos e passam a deferir incriminações diretas.
Jó 19.23-27 narra o grito de vitória do patriarca. Ele declara “... o meu Redentor vive...” e acrescenta: “Vê-lo-ei por mim mesmo” (v.27).
No capitulo 20 Zofar prossegue descrevendo a sorte calamitosa do homem perverso. Está sugerindo que tal será a herança de Jó se ele não confessar sua transgressão ao Todo-Poderoso. Porém, Jó contra-ataca, mostrando que os perversos, em muitas ocasiões, gozam de prosperidade e paz. Porque um homem é corrupto não quer dizer que ele sofrerá grandes perdas e aflições.
Encontramos, nos capítulos 22 a 26 do Livro de Jó, os últimos discursos dos amigos do patriarca. No capítulo 25, Bildade lança seu último dardo. Ele nega a possibilidade do homem se justificar perante Deus (25.4).
Os três amigos de Jó não queriam desistir de disputar suas opiniões triviais e restritas. Para salvar as aparências, exigiam de Jó uma confissão. O patriarca contra-ataca novamente com ironia ou sarcasmos e prossegue descrevendo o poder de Deus; contrasta, então, a sabedoria e o conhecimento dos homens com o poderio infinito do Senhor.
O último discurso de Jó se inicia no capítulo 27, onde ele defende novamente sua integridade, depois prossegue relatando o fim dos homens corruptos e maldosos. Nos capítulos 29 a 31 observamos algumas falhas da parte do patriarca que começou quando ele olhou para trás, para o que era antes e compara com o presente, na tentativa de justificar seu comportamento.
O problema principal de Jó neste trecho é a sabedoria, o orgulho. Note na Bíblia, nos capítulos 29 e 30, como ele usa com frequência as palavras: “eu”, “me”, “mim”, etc., e no capítulo 31, a repetição da palavra “se”.
Não sabemos por quanto tempo Eliú ouviu as palavras de Jó e seus três amigos. Pode ter sido desde o início dos debates. Agora, no capítulo 32, o jovem começa a falar, demonstrando irritação. Note no primeiro versículo que a razão dos conselheiros de Jó terem silenciado foi o fato de concluírem que o próprio Jó se considerava “justo aos seus próprios olhos”, mirando ser mais justo do que Deus.
Eliú esperou que os três terminassem seus discursos, antes de fazer suas declarações. Aguardou sua vez por respeitar sua idade e julgar que a velhice significasse sabedoria. Eliú concordou com os três, afirmando que Jó tem pecado no seu coração, embora não concorde com as conclusões e pontos de vistas que apresentam.
Ironicamente, as palavras de Eliú tinham mais peso do que as dos demais consoladores de Jó. Não eram ideias perfeitas, mas, pelo menos, chegavam mais perto da resposta que viria da boca de Deus. Se tivesse mostrado compaixão e meiguice, Eliú poderia ter ajudado o patriarca no seu sofrimento.
A ênfase de Eliú é a de que Deus fala através do sofrimento para livrar o homem da soberba e guarda a sua alma da cova. Ele declara que o Altíssimo fala a Seus servos por meio de sonhos e visões, bem como através da angústia. O jovem vai dizer que Deus, como Soberano que é, tem o direito de agir da maneira como desejar. Segundo Eliú, ao defender exageradamente a sua integridade, Jó insinua que o Senhor é injusto.
Jó, no capítulo 36, reconhece que as palavras de Eliú são corretas, porém a atitude do jovem está começando a aborrecê-lo. O quarto “consolador” de Jó termina seu discurso falando sobre a majestade de Deus, dizendo que o Senhor não olha para os que são sábios aos seus próprios olhos.
A ciência (Elifaz), a tradição (Bildade) e o dogma (Zofar) tinham apresentado seus argumentos. Defenderam suas teses, mas não resolveram o problema. A sabedoria e o conhecimento humano não acertaram o alvo. Deus ficara em silêncio até agora, mas, finalmente, no capítulo 38, chegara o momento da manifestação divina.
De início, Deus mostra que muitas das declarações de Jó não são próprias de um filho de Deus; alguém convencido, que ousa pensar que compreende todos os caminhos do Senhor.
Deus inicia o Seu discurso. Encontramos 32 interrogações somente no capítulo 38. A fala do Senhor contém essencialmente perguntas, as quais revelam a suprema grandeza do Altíssimo. Demonstram a majestade e o poder da Sua criação. Jeová está apresentando a Jó evidências e provas da Sua divindade e inteligência infinita. As palavras do Senhor permeiam até o capítulo 40, indicando que o patriarca ainda hesitava quanto as razões do seu sofrimento. A sua autojustiça ainda controlava, em partes, seus pensamentos. O problema não consiste em Jó ter feito interrogações, mas em exceder os limites da graça de Deus, defendendo demasiadamente a sua própria integridade.
Jó 40.3-5 mostra a primeira resposta do patriarca, onde ele reconhece que tem falado e murmurado demasiadamente. É o início do arrependimento.
No capítulo 42, Jó se encontra descoberto perante o Senhor. Ele reconhece a sua insignificância e a suprema grandeza e perfeição de Deus. Reconhece que foi injusto em discutir e reclamar sobre o que era desconhecido para ele. Reconhece que só o Senhor é justo.
A fé de Jó passou do plano auditivo para o visual. O patriarca amadureceu espiritualmente, tornando-se mais reto e temente a Deus.
Após ter falado com Jó, o Senhor Se dirige a Elifaz, Bildade e Zofar, dizendo-lhes que tinham feito declarações erradas sobre Ele e que o patriarca tinha proclamado o que era reto (42.7-9). Depois de oferecerem holocaustos e de Jó orar por eles, o Senhor não os tratou segundo o desatino que haviam praticado. Foram perdoados porque Jó intercedeu por eles junto ao trono do Altíssimo.
A Bíblia diz que Jó foi restaurado, obtendo família novamente e seus bens restituídos em dobro (42.10-17). Aqui entendemos o porquê de Deus ter preservado a mulher de Jó. A restituição familiar só seria possível com os mesmos progenitores.
Observemos que os irmãos, irmãs e conhecidos apareceram somente ao iniciar a restauração do patriarca. Infelizmente não revelaram qualquer compaixão durante a sua dor. Só se prontificaram a consolá-lo quando o pior já havia passado.
Jó teve o prazer de ter a família restaurada com filhos sadios e filhas lindas. Ele viveu 140 anos após a provação e se tornou exemplo para cada um de nós. Superou a crise, dor e mágoas, obteve amadurecimento e crescimento espiritual.

3.    O Livro de Salmos: As expressões da vida diante da grandeza de Deus
Salmodiar significa, literalmente, no grego, cantar com acompanhamento musical. No hebraico o título do Livro de Salmos era “Sefer Tehilim”, que significa “Livro dos Louvores”.
Para os hebreus, os salmos não eram somente um livro de cânticos, mas também um livro de oração. Nesse particular, o Livro de Salmos é muito importante para todo crente que faz do louvor a Deus uma das prioridades da sua vida, concentrando nele sua atenção e tendo como motivação a sublimidade do caráter de Deus.
Os salmos foram escritos por vários autores, ao longo de muitos anos, com raras exceções, no período que abrange do ano 1000 ao ano 500 a.C., aproximadamente, ou seja, a época entre o início do reinado de Davi e a volta dos judeus do exílio babilônico. Possivelmente, a maioria dos salmos tenha sido escrito durante os anos de maior glória dos reinados de Davi e Salomão.
Louvor, adoração e exaltação ao Senhor é o tema deste maravilhoso livro bíblico. Seus autores são: Davi, Asafe, os filhos de Coré, Salomão, Etã, Hemã e Moisés. Além disso, 49 deles são de autores desconhecidos.
O mais extenso dos livros bíblicos é formado por poemas de louvor a Deus e tem três propósitos principais:

1. Revelar o espírito de devoção do povo de Deus, através de vários acontecimentos e incidentes ocorridos em sua vida;
2. Divulgar as profecias messiânicas, cujo cumprimento os judeus tanto aguardavam e;
3. Convidar outros povos para se unirem aos filhos da promessa a fim de, juntos, prestarem culto ao Senhor.

Os títulos abordam o tema principal do poema, além de instruções musicais, autoria, tipo do salmo e o acontecimento que levou o autor a escrevê-lo.
Um dos vocábulos mais repetitivos nos salmos é “selá”. Uma ideia comum e mais corrente indica que este termo era usado também como pausa, mas no sentido de parar e meditar sobre aquilo que estava sendo cantado ou entoado.
A característica mais destacada da poesia hebraica é o paralelismo de ideias. Os hebreus ligavam mais para o conteúdo, o âmago, os princípios e conceito da poesia do que para a estética literária. A vantagem disto é que a mensagem do poema retém o seu efeito geral quando traduzido para outra língua. Pouco se perde na tradução.
Há vários tipos de paralelismo poético bíblico, dentre os quais destacamos os seguintes:

1. Sintético: A segunda parte amplia a mensagem da primeira (Sl 119.97, 103);
2. Sinonímico: a segunda parte repete com sinônimos o pensamento da primeira (Sl 20.2-3; Pv 23.24-25);
3. Antitético: A segunda parte é uma antítese da primeira (Sl 71.7; Pv 12.1-2).

Quanto à classificação dos salmos, há diferentes opiniões, sendo o consenso mais comum o de que há de 10 a 12 tipos de salmos. As classes mais aceitas são:

1. Salmos Didáticos (Sl 1,15,50,94, etc.): Estes poemas comunica algum tipo de ensinamento para o povo e visava instruí-lo sobre o caminho do bem e da prosperidade espiritual.
2. Salmos de Gratidão e Louvor (Sl 30,75,105,106,146,150, etc.): Falam da gratidão e do louvor que o salmista eleva a Deus. Outro nome para esses cantos de louvor é “Salmos de Aleluia”.
3. Salmos Históricos (Sl 77,81, etc.): São recordações a respeito de acontecimentos e incidentes da história dos judeus, envolvendo a escravidão do Egito, o Êxodo, guerras, cativeiro babilônico e outras narrações de fatos notáveis.
4. Salmos Imprecatórios (Sl 35,58,59,109, etc.): Estes salmos são invocações de males contra os inimigos da pessoa que escreveu o poema ou contra os adversários do povo.
5. Salmos da Lei (Sl 19.7-14): Proclamam a grandeza e a bondade das palavras e dos decretos de Deus. Salientam as bênçãos reservadas àquele que a pratica.
6. Salmos Messiânicos (Sl 2,22,45,50, etc.): São poemas que prefiguram o Cristo Rei e o Cristo sofredor. Estes salmos falam sobre o sofrimento e a glória do Ungido de Deus e Seus dois adventos – o primeiro, em humilhação, o segundo, em glória.
7. Salmos da Natureza (Sl 8,29,104, etc.): Estes cânticos enfatizam o poder criador de Deus, manifesto no universo.
8. Salmos Penitenciais (Sl 6,38,51, etc.): Neles, o salmista roga o perdão de Deus, reconhecendo as suas falhas e erros.
9. Salmos de Peregrinação (120-134): Eram cânticos que os judeus entoavam quando subiam de suas cidades para o templo em Jerusalém para as suas festividades nacionais ou quando subiam as escadas do próprio templo, ao participarem das suas festas.
10. Salmos de Súplica (Sl 5,17,71,86, etc.): Através deles o salmista clama pelo socorro do Senhor.
Há também os salmos alfabéticos ou acrósticos, em que as estrofes começam com as letras e a ordem do alfabeto hebraico.
4.    O Livro de Provérbios: conselhos sábios para cada dia
Provérbios é o livro clássico da Bíblia sobre a verdadeira sabedoria. Seu método de ensino é o do contraste entre o bem e o mal, a justiça e a impiedade, a sabedoria e a loucura, e assim por diante. Neste livro bíblico, a sabedoria é apresentada de maneira personificada.
A maior parte do livro foi escrito por Salomão, filho de Davi. Conforme 1Reis 4.32, ele compôs 3.000 provérbios e 1.005 cânticos. Crê-se que tenham sido escritos entre os anos 1000-700 a.C., aproximadamente.
A palavra “provérbio” na língua hebraica é mashal e deriva de uma raiz que significa para ser semelhante ou para representar. Provérbios são, então, declarações e expressões curtas sobre princípios e verdades da vida, geralmente expressas por intermédio de analogias ou paralelismos.
O tema do Livro de Provérbios é: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (9.10). É o alicerce do livro e pensamento fundamental das instruções.
Todo o propósito do livro é o de ajudar o “filho” de Salomão a fazer a própria escolha entre o convite da sabedoria (1.23) ou dos pecadores (1.11). “Filho” significa alguém que está sendo instruído ou aprendendo de alguém. Este termo de afeto era usado no AT para alunos que sentavam aos pés dos mestres.
O destino de cada jovem ou adulto depende de sua escolha nesta vida de aceitar ou rejeitar o temor a Deus. O tolo confessa que não Deus. O sábio confessa que Deus é o Senhor e é instruído nos caminhos da justiça, pelo o que viverá inteligente e eternamente.
O escritor continua exortando o “filho”, nos capítulos 2 e 3, concernente à excelência da sabedoria. Aquele que achar a sabedoria crescerá em conhecimento. Os mistérios de Deus se tornarão compreensíveis para ele. Conhecendo bem a ciência do alto, entenderá o temor do Senhor, a justiça, o juízo, a equidade e todas as boas veredas (v.5-9).
Nos primeiros cinco versículos do capítulo 3, encontramos a palavra “coração” mencionada três vezes. O coração é o centro das emoções, o âmago do nosso ser; o homem interior. No coração devemos guardar os sábios mandamentos do Senhor. Com todo o nosso coração devemos confiar nEle. Somos aconselhados também a reconhecê-lO (v.6), temê-lO (v.7), honrá-lO (v.9) e a não rejeitar a Sua disciplina (v.11). O homem que assim fizer será feliz. Muitas bênçãos o alcançarão, vida longa e paz (v.2), uma boa reputação diante de Deus e dos homens (v.4), caminhos retos (v.6), saúde (v.8) e promessas de bens materiais (v.10).
Nos versos 19 a 35 somos ensinados sobre o que não devemos fazer para que a nossa fé não seja comprometida:

a.     Quanto for possível, não deixe de fazer o bem a quem dele precisa (3.27);
b.     Não maquines o mal contra o teu próximo... (3.29);
c.     Não tenha inveja do homem violento... (3.31)

O capítulo 4 enfatiza a aquisição de sabedoria para viver feliz. O escritor salienta a necessidade do filho em ouvir bem os conselhos do seu progenitor. O verdadeiro pai instrui os seus filhos com prudência e bom siso. “A sabedoria é a coisa principal: adquire-a, pois com tudo o que possuis, busque o conhecimento”.
O capítulo 5 salienta dois pontos principais: “afasta o teu caminho da mulher adúltera” e “alegra-te com a mulher da tua mocidade” (5.8; 18). O sábio Salomão reconhecia que a maior tentação para o jovem é a sensualidade. A lascívia leva à ruína; estraga por completo a juventude e destrói a pureza daquele que é enganado por ela. Não só produz problemas físicos, psíquicos e emocionais, como polui, corrompe e destrói a integridade, que deve ser preservada para o matrimônio.
Provérbios 6.1-19 contêm três advertências ao filho: não ser fiador, ser contra a preguiça e ser contra a maldade. Em junção com o capítulo 7, o escritor salienta enfaticamente o perigo, o mal e a destruição causada pelo adultério. Mas o jovem que atar os mandamentos do seu pai ao coração será guardado e guiado pela sabedoria (6.20-23; 7.1-5).
O capítulo 8 mostra que o desejo da sabedoria é inundar os locais e os homens com sua prudência e ciência. “Toda pessoa que ouvir a sua voz e aceitar os seus conselhos tonar-se-á verdadeiramente sábia: falarei coisas excelentes, meus lábios proferirão coisas retas, minha boca proclamará a verdade, são justas e retas todas as palavras da minha boca” (v.6-9).
O temor do Senhor consiste em aborrecer o mal, a soberba, a arrogância do caminho mal e da boca perversa (8.13). Aborrecendo tais caminhos de Satanás e do mundo e procurando a sabedoria divina, o filho encontrará a verdadeira felicidade que deseja.
O capítulo 9 mostra o banquete da sabedoria, realizado com requinte, convidando o filho para dele degustar. Em contraste, a loucura também faz um convite para “assentarmos à sua mesa”. Todavia, a “refeição” que ela oferece se baseia em águas roubadas e pão comido às ocultas.
Provérbios 10.2 diz: “os tesouros da impiedade de nada aproveitam, mas a justiça livra da morte”. A primeira parte do versículo indica que aquilo que é adquirido por meios desonestos de nada vale para o homem, principalmente na hora da sua morte. Mas, o resultado da justiça se evidencia numa vida abençoada e equilibrada em todos os aspectos. Esta vida também resulta em ampla colheita de almas. Notemos, porém, que esta colheita provém por intermédio da sabedoria.
O prudente teme de todo o coração ao seu Deus. O insensato, entretanto, fecha os olhos para o seu caminho e escarnece da prudência, zomba do pecado (14.9) e menospreza a sua alma ao rejeitar a disciplina (15.32).
O capítulo 11 mostra que o íntegro anda em veredas retas, enquanto o injusto cai e perece. Aquele que ouve as palavras da sabedoria é estabelecido na terra como uma pessoa de caráter equilibrado.
“O que lavra a sua terra será farto de pão...” (12.11): a palavra “farto”, neste versículo, não indica que o trabalhador tenha riquezas supérfluas. O sentido no original é que o trabalhador diligente terá satisfeito as suas necessidades diárias como o alimento, vestimentas, etc. (1Tm 6.8).
“Cuida dos teus negócios lá fora, apronta a lavoura no campo e, depois, edifica a tua casa” (24.27): se alguém tenta construir uma casa sem primeiro ter os recursos, falha na sua tentativa. Se, entretanto, tiver os seus negócios em dia, estiver seguro no emprego e receber salário adequado, poderá iniciar o trabalho de edificar o que planejou.
Uma das piores pragas deste mundo é a preguiça. É evidente que há muitas pessoas impossibilitadas de trabalhar, mas existem muitos que simplesmente não querem trabalhar. Este tipo de gente é um peso para a sociedade e o Livro de Provérbios descreve estas pessoas (12.27, 20.4, 24.33, 26.13-15). O preguiçoso inventa qualquer desculpa para ficar em casa. Ser pobre não é uma desgraça, mas quando a pobreza é resultado da preguiça, a pessoa infeliz só pode culpar a si mesma. Que Deus nos livre da indolência e da imprudência!
Provérbios 10.14 mostra que aquele que é prudente guardará bem a sabedoria para usá-la quando necessário. Já o tagarela demonstra falta de conhecimento ao falar sem discernimento. Falar em demasia reflete falta de ciência. Aquele que se gaba do pouco que sabe revela ignorância. O sábio fala quando é preciso, denotando sabedoria e prudência. Que assim seja em nossa vida! Que o nosso falar evidencie a nossa aceitação e entesouramento do conhecimento do alto.
Salomão diz que um encontro com uma ursa desfilhada é melhor do que encontrar-se com um louvo na sua insensatez. A ênfase dessa advertência é que a devastação causada por um tolo é maior do que a que pode ser causada por um animal feroz (Pv 17.12,23).
“Tens visto o homem que é sábio a seus próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo do que dele” (26.12): encontramos aqui uma raridade no Livro de Provérbios – alguém que é pior do que o tolo. É a pessoa que se julga autossuficiente. É o homem ou a mulher que diz não precisar de ninguém, nem mesmo de Deus. É alguém convencido de que a sua sabedoria seja suficiente para guiar o seu destino. Mas a Palavra de Deus diz: “Maior esperança há no insensato do que nele”. O homem que passa da insensatez à autossuficiência dificilmente será convencido de que precisa de Deus e do Seu perdão.
Para termos um relacionamento sadio entre pessoas, é fundamental conservarmos uma boa atitude. Atitudes certas estabelecem a base para a edificação de uma grande amizade: “o coração alegre aformoseia o rosto...” (15.13); “... a alegria do coração é banquete contínuo” (15.15); “o coração alegre é bom remédio” (17.22).

O Livro de Provérbios também fala sobre amigos verdadeiros e suas qualidades:
1. Ele não comenta com ninguém as falhas do outro (17.9,17);
2. Ama a pureza de propósito (22.11);
3. É franco com seu amigo nas suas repreensões (27.5-6);
4. Apega-se àquele a quem ama (27.17);
5. É hábil conselheiro (27.9);
6. É leal em todos os momentos (27.19);
7. É amigo a toda hora, em todas as circunstâncias (27.10).

O capítulo 30 do Livro de Provérbios registra as palavras de Agur, um grande observador e sábio da época de Salomão. No seu comentário, Agur escreve sobre os mais variados assuntos. Suas palavras são qual vitamina que, uma vez tomada, fortalece a alma e vivifica o espírito. Ele trata sobre a grandeza de Deus (v.4); a pureza da Palavra de Deus (v.5-6); o pedido de uma vida equilibrada e sem falsidade (v.7-9); não ser uma pessoa caluniosa, nem egoísta (v.10-16); não desprezar a autoridade dos pais (v.17); não se deixar dominar por paixões (v.18-20); não desprezar as crianças (v.24-28); não ser vaidoso (v.29-31) e; o proceder insensato produz contendas (v.32-33).
O capítulo 31 registra as palavras do rei Lemuel, ou da sua mãe, especificamente. O rei simplesmente as publica. Note que a mãe de Lemuel lhe ensinou estas coisas. Os primeiros sete versículos salientam a importância da preservação da integridade moral e da autodisciplina. Os últimos dois versículos ressaltam a necessidade de se julgar com equidade. O crente, um “rei espiritual”, deve se esforçar para seguir estes conselhos e assim glorificar ao Rei Supremo.
O último capítulo de Provérbios destaca a nobreza e a distinção da mulher virtuosa. É um acróstico na língua hebraica em que cada versículo ou estrofe começa com uma letra do alfabeto hebraico. Esta virtuosa é uma excelente mulher, extraordinária esposa, fantástica mãe e respeitável vizinha.
Deus deseja que cada mulher procure desenvolver os seus talentos pessoais. Ele não está procurando perfeição, mas dedicação. A consagração ao Senhor na vida da mulher lhe será valiosa como esposa.

5.    O Livro de Eclesiastes: o pregador apresenta a plena satisfação em Deus
Salomão começa seu livro como homem natural, completamente desiludido com a vida. Reclama que nada é novo sobre a terra. Os dias começam e terminam com o nascer e o pôr do sol. Tudo existe e tem existido da mesma forma desde a criação do mundo.
Tudo e vaidade. Assim queixa-se Salomão. As palavras proferidas nos primeiros onze versículos do capitulo 1 refletem uma atitude de desânimo e desespero do autor. São declarações do homem natural, derrotado que perdeu a esperança. Ele alicerça suas descobertas na sabedoria humana e não na sabedoria de Deus.
No capitulo 2, o escritor decide “provar” várias coisas para ver se acha nelas a felicidade. Ele se entrega ao vinho, edifica casas, planta vinhas, faz jardins e pomares, açudes, compra servos cantores e aumenta o número das suas mulheres. O que ele viu e desejou, adquiriu e fez.
A única coisa gratificante desses experimentos foi o trabalho árduo que Salomão executou com suas mãos. No fim desta experiência, Salomão percebe que as possessões, os prazeres e as proezas puramente humanas não produzem real felicidade.
A passagem tão conhecida do capítulo 3 mostra um comentário sucinto sobre os ciclos da vida: para tudo há um tempo determinado. O tempo faz parte do plano total de Deus. O homem, porém, não tem condições de enxergar este plano no seu todo. Ele vê só uma parte e isto o frustra. Sendo finito, não pode compreender o infinito. Sendo mundano, não entende o celestial. Sendo imperfeito, não interpreta a perfeição. No seu estado natural, como mero descendente de Adão, o homem jamais compreenderá os propósitos do Senhor, ainda que seja ele o mais sábio dos homens.
O capítulo 4 narra que a terra está cheia de desonestidade, tribulações, tristezas e tolices. Nos versículos 9 a 12, Salomão destaca a importância do companheirismo que deve haver entre os homens, do desempenho dos seus afazeres. Segundo Salomão, a vantagem que duas pessoas têm sobre uma só é que: têm melhor paga do seu trabalho (v.9); se caírem, um levanta o companheiro (v.10); se dois dormirem juntos, eles se aquentarão (v.11); se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão (v.12).
Sucesso e posição pouco valem para aquele que os alcançou se este não abrir a sua mente para as sugestões e os conselhos de outrem. Riqueza, posição e fama são inúteis se forem adquiridas pela cobiça ou pela ambição desonesta. Mesmo os bens adquiridos legalmente e pelo esforço próprio, não constituem segurança contra o fracasso.
No trecho dos capítulos 5 e 6, o escritor ressalta a importância da religião verdadeira, alicerçada no temor a Deus. Por ele somos admoestados a tomar cuidado com a hipocrisia. Devemos conduzir nossa vida na certeza de que um dia daremos contas a Deus. O pregador aborda também sobre qual deve ser o nosso procedimento na casa de Deus (5.1-2).
O verso 5 diz que não devemos fazer votos impensados. Quando tivermos que fazer um voto perante o Senhor, devemos fazê-lo com discernimento e com a decisão de cumpri-lo, pois ‘melhor é que não votes do que votes e não cumpras’.
Eclesiastes 5.10 declara que ser rico não é pecado, mas é evidente que o homem que se deixa dominar pela cobiça do dinheiro atrai maldição para si. “Quem ama o dinheiro jamais dele se farta...”.
Outro mal que o escritor observa relaciona-se ao homem que tem tudo, mas não pode comer bem, porque não tem boa saúde (6.2); pode ter muitos filhos, sem que estes o confortem (6.3). Isto é futilidade e desespero.
No capítulo 7 o autor escreve que a morte é melhor do que o nascimento e a mágoa e a tristeza são melhores que o riso, porque nos ensinam compaixão e firmeza de propósito.
No primeiro versículo do capítulo 7, encontramos o tema deste trecho: “Estabelecer e Desenvolver um Bom Nome, ou Boa Fama”. A maturidade depende da nossa aceitação destes conselhos, lembrando sempre que o Senhor tem designado os passos da nossa vida e que, quando nos submetemos a Ele, o nosso caráter é sempre melhorado.
Sejamos pessoas equilibradas. Não sejamos demasiadamente justos, isto é, não deixemos influenciar por uma religião artificial e sem o genuíno zelo, pois tal conduta geralmente leva à hipocrisia e ao legalismo desvirtuado. De igual forma, não permitamos que o pecado e as paixões nos dominem. Andemos nas veredas do Senhor e seremos moderados, de temperamento estável (7.15-22).
No capítulo 8 somos advertidos a obedecer aqueles que foram constituídos autoridades sobre nós. Aquele que obedece aos seus superiores, experimenta o bem e evidencia sabedoria em cumprir as ordens do rei (v.4-5).
Tudo sucede igualmente a todos (9.2). O fim chega para todos! A humanidade inteira caminha para a morte; sejam justos ou injustos, puros ou impuros, salvos ou pecadores. Enquanto estivermos neste mundo, sugere Salomão que devemos nos esforçar para fazermos o bem, gozarmos a vida, comermos e bebermos com alegria (9.7-10).
Nos capítulos 11 e 12 temos conselhos finais, pautados na estância de “Temer a Deus”: Lançar o pão sobe as águas; apreciar a luz do dia sem se esquecer que há dias de trevas também; alegrar com o Senhor nos dias da juventude e lembrar dEle durante a mocidade para desfrutar de uma velhice tranquila são algumas orientações do pregador.
Depois de ter provado de tudo o que a vida oferece, Salomão chega à conclusão de que é dever do homem temer a Deus e entregar-se de corpo, alma e espírito a Ele. O escritor conclui que as únicas coisas que não são vaidade neste mundo são: o temor a Deus e a guarda dos Seus mandamentos.

6.    O Livro de Cantares: amor conjugal e sua tipologia entre Cristo e a Igreja
Cantares não é somente um cântico, mas o cântico dos cânticos. Salomão redigiu 1.005 cânticos, sendo este o mais sublime de todos.
Os principais personagens deste livro são: o rei Salomão, a sulamita (habitante da terra de Suném) e as filhas de Jerusalém (o coro), possivelmente companheiras ou servas da noiva.
O começo do diálogo amoroso entre Salomão e a sulamita encontra-se no trecho de Cantares 1.2-2.1. Para a sulamita, o amor do seu amado é tão forte que ela declara ser melhor do que o vinho. Por ter trabalhado por muito tempo nas vinhas sob o sol abrasador, ela chama “morena” a si mesma (1.5-6).
Nos versículos que seguem (2.3-6), a noiva relata o desejo de receber o amor do seu noivo, de se banquetear e de ser feliz com ele. Na sala do banquete, há um estandarte (2.4), representando proteção e segurança. Tal bandeira ou faixa era um estandarte militar, mostrando que Salomão tinha conquistado o coração da sulamita.
No capítulo 3.1-5, enquanto dorme, a sulamita sonha que perdeu o seu amado e que não consegue achá-lo. Perturbada, sai noite adentro procurando por ele. Quando o encontra, agarra-se para não soltá-lo mais. Faz com que o rei entre na casa de sua mãe e apresenta-o como o seu amado, provando assim que o amor dos dois é puro. A noiva não se envergonha do seu amado.
Até aqui há um simbolismo do namoro entre Salomão e a sulamita. Cantares 3.6-5.1 narra o casamento. As primeiras palavras do rei à sua noiva quando a vê no dia do casamento são: “Como és formosa, querida minha, como és formosa!” (4.1). Os olhos dela brilham, seus cabelos descem ondulados. Os lábios são como um fio de escarlate; as faces como romãs partidas (4.3). O pescoço da jovem é comparado a uma torre, toda decorada como broqueis de soldados valorosos.
No fim do capítulo 4, a noiva aceita o convite do seu amado, declarando ser totalmente dele. O noivo convida seus amigos para comerem e beberem fartamente. Essa é a festa nupcial, ou seja, a recepção que se segue ao casamento. A alegria do rei é evidente e ele deseja festejar com todos a sua felicidade. Um banquete é preparado e o casamento é celebrado.
A vida conjugal é descrita em Cantares 5.2-8.14. Logo no início a sulamita sonha pela segunda vez. No sonho, ouve a voz do seu esposo pedindo para entrar no seu aposento (5.2); ela, porém, já estava deitada e, mostrando indisposição em atendê-lo, informa que teria de se vestir e sujar os pés recém-lavados, para abrir-lhe a porta. Quando decide levantar, constata que ele foi embora. Daí, aflita, ela sai à procura do esposo. Não o encontra, é espancada e ferida pelos guardas da cidade.
É provável que antes do sonho, tenha havido uma pequena contenda entre o rei e a sua jovem esposa. Depois de acordar do seu sonho, a sulamita procura fazer as pazes com o seu marido (5.8-16).
Resolvido o impasse, o rei retorna ao seu jardim (ou à sua esposa). A sua amada declara: “Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu” (6.3). Agora, disposto a agradar a sua amada, Salomão leva sua esposa para visita a sua terra.
Cantares 8.6 infere a ideia de que o verdadeiro amor não é apenas sentimento, mas também é ação. O “selo no braço” fala do direito de posse que o esposo tinha sobre a sua esposa.
O Livro de Cantares termina com um convite da sulamita ao seu amado, lembrando os primeiros dias felizes de vida em comum. O amor constante, puro e fiel que une dois corações, finalmente triunfa.
Espiritualmente, o Livro de Cantares prefigura a profunda comunhão que há entre Cristo e a Igreja. O namoro é a apresentação de Cristo, o casamento é a união (salvação) e a vida conjugal é a comunhão.
O estandarte do amor (2.4) simboliza a grande compaixão de Deus pelo pecador. O amor de Deus refrigera sua alma cansada, faminta e sedenta. Com ternura, aponta o caminho da salvação e da vida eterna ao pecador carente.
O pecador, ao saber e sentir que Deus o ama, apesar dos seus muitos pecados, é atraído a Cristo e aceita-O como seu Salvador. Esta decisão culmina em uma entrega total de si a Deus.
A comunhão segue-se à união. O pecador, agora resgatado, perdoado e limpo dos seus pecados, passa a ter comunhão com Cristo. Mesmo que o amor seja forte como a morte, há certos problemas a superar.

REFERÊNCIA
SENTIDO LITERAL
SENTIDO ESPIRITUAL
SÍMBOLO
1.2-3.5
Namoro
Apresentação
Estandarte
3.6-5.1
Casamento
União
Coroa
5.2-8.14
Vida Conjugal
Comunhão
Selo

“As muitas águas não podem apagar o amor, nem os rios afogá-los!” (Ct 8.7)

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

DANIEL E APOCALIPSE



1.    Introdução
Daniel e Apocalipse se completam e não se aconselha estudar um sem o outro. O estudo destes dois livros é fundamental para nós, cristãos fieis, que esperamos a volta de Cristo, a considerar que estamos nos “tempos do fim”.
Daniel ocupa-se principalmente dos tempos dos gentios, expressão de conotação política em âmbito mundial, referindo-se ao tempo em que os gentios têm supremacia sobre Israel, o que começou com o exílio babilônico dos judeus, iniciado em 606 a.C. Mas o alcance da expressão vai além disso: ela aponta para o dia da supremacia final da nação israelita durante o reino milenar de Cristo.
Já Apocalipse salienta a plenitude dos gentios, com conotação espiritual profética, ao destacar a primazia celestial da Igreja triunfando sobre o mal e, por fim, reinando com seu divino Esposo. O termo refere-se à Igreja do Senhor, com ênfase no total dos redimidos dentre os gentios, principalmente. Isso decorre da pregação do Evangelho na presente dispensação da Igreja.

2.    O Livro de Daniel: Tempos dos Gentios
A Babilônia foi uma monarquia que surgiu em 1728 a.C., sob o reinado de Hamurabi e foi arruinada em 1513 a.C., pelos hititas e assírios. Em 614 a.C., Babilônia renasce com Nabopolasar e, em 606 a.C., seu filho Nabucodonozor assume o reinado, se tornando o principal soberano após Hamurabi e transforma Babilônia na rainha da Ásia. Esta Babilônia destrói Jerusalém com 3 levas nos anos 606, 598 e 587 a.C.
Na 1ª Leva, foram levados os jovens mais sábios, fortes e entendidos, pertencentes à linhagem real. Na 2ª Leva, todo o povo restante foi levado, com exceção dos pobres e deficientes. Muitos foram mortos a espada e outros fugiram. Na 3º e última leva, o templo de Salomão foi saqueado e destruído, bem como os muros de Jerusalém. Foi ateado fogo em tudo e nada restou.
Daniel foi levado para a Babilônia como cativo, na primeira das três levas de exilados de Judá, em 606 a.C., quando tinha entre 14 e 16 anos de idade. Viveu no palácio de Nabucodonosor, como estudante, estadista e profeta de Deus. Chegou até o Império Persa sob Ciro em 536 a.C. Prestou cerca de setenta e dois anos de abnegados serviços a Deus e ao próximo!
O livro de Daniel é dividido em 2 partes distintas, a saber: Divisão Histórica (caps. 1 a 6) e Divisão Profética (caps. 7 a 12).
Seu tema é claramente apresentado e afirma: “Deus Revela o Profundo e o Escondido, e Governa os Reinos dos Homens” (2.22; 4.25).
O estudo do capítulo 1 de Daniel nos permite ver como o Diabo ataca a mocidade cristã, direta e indiretamente, buscando destruir a sua fé em Deus. Caso consiga isso, é muito provável que destrua tudo o mais na vida do jovem.
Estando na corte pagã, Daniel, Hananias, Misael e Azarias tiveram seus nomes mudados, com o propósito de que esquecessem e renunciassem a seu Deus, sua pátria e sua religião. Passaram a se chamar: Belessazar, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Todavia, mesmo em um ambiente perverso, resolveu Daniel, firmemente, não se contaminar (Dn 1.8).
Para agradar a Deus e preservar a sua fé, Daniel não se cansou de pedir e de se expor. Para o funcionário da corte, solicitou um cardápio separado. A receita bíblica para ter uma face bonita é a de uma boa dieta e fé em Deus. O Pai Celeste, que reconhece e recompensa a fidelidade, deu a esses jovens, conhecimento e inteligência, além de privilegiados dons sobrenaturais em toda matéria de sabedoria (1.20).
O capítulo 2 de Daniel apresenta uma matéria tão importante que se repete, de forma diferente, no capítulo 7. Um ano após a ida de Daniel para Babilônia, Nabucodonosor teve um sonho e perdeu o sono. Mas, o que o rei não esperava é que o sonho foi esquecido e isto muito o incomodava. Seus ocultistas mostravam-se impotentes para revelar o ocorrido ao rei.
Para demonstrar o poder de Deus, Daniel, através da oração ao lado dos seus amigos, se apresentou ao rei, lembrando e interpretando o sonho profético.
O último reino mundial (2.44-45) é proveniente do céu e será implantado sem intervenção humana. O versículo 34 diz: “... uma pedra foi cortada sem auxilio de mãos...”. Essa pedra é Cristo que foi gerado pelo Espírito Santo, portanto, sem intervenção humana. O versículo 45 diz que a pedra bateu violentamente nos pés da estátua e esmiuçou-a. O mundo não findará convertido pela pregação do Evangelho, e sim destruído com violência sobrenatural à vinda de Jesus.
O resultado deste episódio do capítulo 2, fez com que Daniel se tornasse governador da província de Babilônia e chefe supremo dos sábios. Poucos homens deste mundo tiveram honra semelhante à de Daniel. Todavia, o mesmo permaneceu humilde e não se esqueceu dos amigos, providenciando a ascensão deles também (2.48-49).
No capítulo 3 do Livro de Daniel, temos a história da colossal estátua de ouro feita por Nabucodonosor para ser adorada e também uma das consequências disso: a história dos três jovens crentes jogados na fornalha de fogo ardente.
A ordem era clara: ao som da banda musical, todos se prostrariam diante à estatua, em sinal de adoração. Todavia, os três jovens não cumpriram a ordenança e, no mesmo instante, foram denunciados.
Em sua ira, Nabucodonosor ordenou que a fornalha fosse aquecida em demasia para que os jovens hebreus fossem ali lançados. O resultado é que Deus aproveitou toda aquela gente reunida para honrar e salvar os Seus da fornalha.
Salvos NA fornalha, não DA fornalha (3.26). Deus não nos promete livrar sempre da angústia, mas estará conosco nela, se tivermos que atravessá-la (Sl 91.15). Salvos NA fornalha foi um milagre maior do que salvos DA fornalha. É o caso de Lázaro. O milagre da sua ressurreição foi maior do que o da sua cura (Jo 11.44).
Daniel 3.29 registra um decreto raro: o rei pagão declara que blasfêmia contra Deus e falar mal de Deus seria um crime!
No capítulo 4 Nabucodonosor tem outro sonho e manda chamar seus sábios, mas eles não souberam interpretá-lo. Então o rei chama Daniel e lhe conta o sonho, onde viu uma enorme árvore no meio da terra. A árvore crescia e se fortalecia até o céu, sendo vista em toda a terra com folhagem formosa e muito fruto, de maneira que todas as espécies se abrigavam e alimentavam dela. Mas veio um anjo do céu clamando e ordenou que a árvore fosse derrubada, mas o toco da árvore deveria ser acorrentado à terra.
Este sonho se referia ao rei Nabucodonosor, pois o seu coração seria trocado por um coração como de animal e sete tempos se passariam sobre ele. Daniel exorta ao rei, dizendo: “Portanto, ó rei, aceita o meu conselho e põe termo, pela justiça, em teus pecados e em tuas iniquidades, usando de misericórdia para com os pobres; e talvez se prolongue a tua tranquilidade” (Dn 4.27).
O sonho se cumpre e Nabucodonosor foi transformado, se comportando como um animal que comia capim nos jardins da Babilônia (4.33). Passado o tempo determinado, o rei se levanta e louva a Deus, então o trono lhe foi restituído (4.34-35). Nabucodonosor reconhece a Deus: “Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, exalto e glorifico ao Rei do céu, porque todas as suas obras são verdadeiras, e os seus caminhos, justos, e pode humilhar aos que andam na soberba” (4.36).
O capítulo 5 do Livro de Daniel deve ser estudado à luz de Isaías 21.1-9, onde temos a profecia da queda da Babilônia, proferida cerca de 150 anos antes. É assombroso o poder exclusivo de Deus de predizer o futuro, como no caso de Ciro, o conquistador da Babilônia, onde Deus, através do Seu profeta Isaías, chamou-o pelo nome antes do seu nascimento (Is 44.28).
O rei Belsazar estava fazendo uma festa ímpia, envolta por muito vinho, profanação dos vasos sagrados trazidos da casa de Deus quando da queda de Jerusalém, orgia da elite da corte com mulheres ímpias, falsos deuses e música pagã. Deus, pela iniquidade da Babilônia, mostra seu juízo repentino e a mão do Todo Poderoso escreve as palavras mene, tequel e parsim.
No versículo 11, é feita uma referência ao profeta Daniel, agora com mais de 80 anos de idade, para interpretar as palavras escritas pelo dedo de Deus. Pelo Espírito de Deus, Daniel deu a exata interpretação das palavras:

a.     Mene (v.26): Contou Deus o teu reino e deu cabo dele, isto é, Deus contou o número de dias do reino da Babilônia e o destruiu.
b.     Tequel (v.27): Pesado fostes na balança e achado em falta. Diante da justiça divina, Babilônia não teve qualquer peso de retidão, de virtudes e qualidades agradáveis a Deus.
c.     Peres (v.28): Na escritura da parede apareceu o plural “parsim”, mas, na interpretação, Daniel usou o singular “peres”. Concernente ao Império Babilônico, significa “dividido”. Dividido foi o teu reino e dado aos medos e aos persas.

Literalmente, as palavras MENE, TEQUEL e PERES isoladas significam: CONTADO, PESADO e DIVIDIDO. Os medos e os persas formaram uma coalizão para derrotar Babilônia. Os comandantes eram Dario e Ciro. Babilônia possuía gigantescas muralhas, cercadas por canais alimentados pelo rio Eufrates. Os homens de Ciro desviaram o curso do rio, baixando o nível da água e invadindo Babilônia.
O capítulo 6 de Daniel trata sobre a Pérsia, império mundial de então. Dario governou Babilônia enquanto Ciro completava suas conquistas no Norte e no Oeste, por cerca de dois anos. De fato, Daniel 9.1 afirma que ele foi “constituído rei” sobre os caldeus. Dario foi, na realidade, um vice-rei.
O versículo 14 evidencia que Dario não podia alterar a lei, ao passo que Ciro, logo que assumiu o trono, libertou os hebreus do cativeiro e acabou com o regime de escravidão de outros povos, instaurado por Nabucodonosor.
Daniel era um dos presidentes e um homem de espírito excelente, o que causava inveja nos companheiros de cargo de Daniel. Mal intencionados, fizeram um decreto, no qual o rei seria deus por trinta dias e ninguém poderia orar ou adorar a outra divindade neste período. Movido por orgulho e vaidade, o rei assinou o decreto que, na verdade, era uma sentença de morte ao profeta, pois ele orava ao Deus de Israel três vezes ao dia.
Com o decreto, Daniel não deixou de orar a Deus e, com pesar no coração de Dario e alegria dos invejosos, Daniel foi lançado na cova dos leões, mas pela fé em Deus, ele sobreviveu por a boca dos leões foi fechada miraculosamente.
Pela manhã, o rei, que não havia dormido naquela noite, foi até a cova e, ao saber que Daniel estava vivo, mandou que o tirasse e, no mesmo momento, lançou os acusadores do profeta, que morreram devorados (6.24).
O capítulo 6 termina com o decreto de Dario: Da minha parte é feito um decreto, pelo qual em todo o domínio do meu reino os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel; porque ele é o Deus vivo e que permanece para sempre, e o seu reino não se pode destruir, e o seu domínio durará até o fim.
Ele salva, livra, e opera sinais e maravilhas no céu e na terra; ele salvou e livrou Daniel do poder dos leões (6.26-27).
O capítulo 7 é continuação do capítulo 2. Nele são apresentados os mesmos impérios representados pela estatua, porém, agora, por animais simbólicos, por um sonho de Daniel. O versículo 2 faz entender que o mar estava agitado, representando às nações inquietas. É uma característica do que está acontecendo: crises cada vez maiores.
Após, sobe do mar 4 animais: Leão, Urso, Leopardo e um Animal Aterrorizante. O leão corresponde à cabeça de outro da estátua do capítulo 2, isto é, a Babilônia (7.4). O urso corresponde ao peito e braços de prata. Representa a Medo-Pérsia que se levanta com 3 costelas na boca (7.5). As 3 costelas representam a conquista de Babilônia, Lídia e Egito, como descreve a história secular. O Leopardo corresponde ao ventre de bronze do capítulo 2, que é a Grécia. (7.6). Tinha 4 cabeças, representando a divisão do Império, após a morte de Alexandre, a saber: Egito, Macedônia, Síria e Ásia Menor. O 4º Animal corresponde ao Império Romano (pernas e pés da estátua) (7.7) e o chifre pequeno (7.8) ao futuro Anticristo.
O versículo 25 fala sobre a Grande Tribulação, na qual os últimos 3 ½ anos serão os piores anos do juízo. É citado como “um tempo, dois tempos e metade de um tempo”, que valem 42 meses, conforme Apocalipse 11.2 e 13.5.
O capítulo oito precede o capítulo cinco na ordem cronológica, portanto o povo continuava exilado na Babilônia (8.1).
O carneiro e seus 2 chifres descrito nos versículos 3 e 4, refere-se a união dos impérios Medo e Pérsia. Ela é representada em Daniel 7.5 por um urso. Os dois chifres falam da dualidade do império: Média e Pérsia.
Mas havia um chifre mais alto! Em 550 a.C., Ciro, rei persa, rebelou-se contra os medos e tornou-se o mandante desses dois reinos. Foi este mesmo Ciro que, em 537 a.C., escreveu o Cilindro de Ciro, autorizando o povo judeu voltar para a Palestina, profetizado por Isaías anos antes (Is 44.28).
O bode peludo é o rei da Grécia (8.5-8). Em Daniel 7.6 é representado por um leopardo. O chifre notável do bode é Alexandre, o Grande. Nos versículos 6 e 7, é descrito sobre a arremetida furiosa e irresistível dos exércitos de Alexandre. Em doze anos de reinado, tinha o mundo a seus pés. Morreu em 323 a.C., aos 33 anos de idade. No versículo 8 vemos a profecia da divisão do império de Alexandre, após sua morte, entre 4 de seus generais.
No versículo 9, há o “pequeno chifre”, que é o famoso Antíoco Epifânio, considerado o Anticristo do Antigo testamento, pois perseguiu e afligiu o povo judeu no século II a.C., durante o chamado período interbíblico, compreendendo de Malaquias a Mateus, durando cerca de 400 anos.
O cenário histórico do capítulo nove é o primeiro ano de Dario (v.1), sendo após o 5.31. Daniel estava estudando quando entendeu que os anos do cativeiro seriam setenta, conforme profetizado Jeremias (Jr 25.11-12).
Após entender sobre o cativeiro, Daniel começa a orar a Deus (9.3-19) e, nesta oração, é que ele confessa os pecados da nação como se fossem seus, se identificando com o povo. Antes de terminar, o anjo Gabriel veio voando (9.20-21), na hora do sacrifício do pôr do sol, instruí-los sobre as setentas semanas.


O capítulo 10 de Daniel faz parte das últimas visões que Deus deu ao profeta, cobrindo os capítulos 10, 11 e 12. Isto ocorreu dois anos após o retorno dos judeus à Palestina (10.1). Estes três capítulos finais de Daniel revelam a culminância da crescente experiência espiritual do profeta, a qual é para todos nós um chamamento para uma vida profunda com Deus.
Neste capítulo, o profeta Daniel tem uma visão do próprio Filho de Deus na Sua pré-encarnação.
A razão do seu lamento acompanhado de Jejum é explicado pela data mencionada no versículo 1: “3º ano de Ciro”.  Foi neste período que a obra de reconstrução do templo fora embargada (Ed 1-3; 4.4,5).
Nos versículos 5 e 6 temos um caso de teofania, onde o ser referido é o mesmo que ordenou a Gabriel que explicasse a Daniel a visão do capítulo 8.
O príncipe do reino da Pérsia, mencionado no versículo 13, não era de origem terrena. Tratava-se de um anjo diabólico tão poderoso, que a vitória só foi decidida quando Miguel, o arcanjo, entrou em ação.
Houve conflito no ar entre anjos bons e maus. Assim como Deus tem anjos que protegem as nações, Satanás também tem os seus, operando nelas.
Por trás de muitos atos e práticas humanas, estão os agentes de Satanás, trabalhando enganosamente, como é o caso das falsas religiões e governos ímpios. Além disso, em I Coríntios 10.19-20, a Bíblia diz que a adoração a ídolos tem como causa motivante os demônios. Assim, a adoração é feita para os demônios e não para os ídolos.
Os versículos 13, 20 e 21 mostram realidades do mundo invisível, onde Deus levantou o véu do mistério e mostrou a Daniel algumas realidades do mundo invisível que nos cerca (anjos bons e maus), mas nos versículos 15-19, o confortador celestial fortaleceu o profeta.
No capítulo 11 há a história bíblica do Império Persa ao Novo testamento, abrangendo o período interbíblico. Os primeiros 35 versículos cobrem quase 500 anos de história bíblica: de Ciro, o Persa ao final da independência do reino de Israel sob os irmãos Macabeus, quando Roma assumiu o controle da nação.
Daniel 11.1 fala sobre Dario, o medo. O versículo 2 fala dos reis Assuero (filho de Ciro), Artaxerxes I, Dario II e Assuero (esposo de Ester) – o mais poderoso Persa. O versículo 3 fala de Alexandre, o Grande, da Grécia. O versículo 4 fala da divisão da Grécia após a morte de Alexandre.
Os versículos 21-35 falam de Antíoco Epifânio, grande torturador de Israel e o versículo 35 nos introduz no "tempo do fim" do poder gentílico, de que trata o capítulo 12. O versículo 40 volta a falar desse tempo do fim.
Os versículos 36-40 tratam de eventos de que não há correspondência em toda a história passada: um quadro profético do futuro Anticristo e sua atuação, especialmente quanto a Israel.
Nos versículos 40-45 o sujeito gramatical que motiva todos os eventos descritos é certamente o "rei do Norte" do versículo 40. No texto original esses versículos formam um novo parágrafo. Esse reino nos tempos do Anticristo não será mais a Síria dos versículos anteriores do presente capítulo, mas um bloco de nações situadas ao extremo norte de Israel, encabeçadas pela Rússia, e chamadas na profecia, de Gogue e Magogue (Ez 38.15).
Os assuntos abrangidos pelo capítulo 12 são a Grande Tribulação, a ressurreição dos mortos, a recompensa dos justos e o castigo eterno dos ímpios.
O versículo 1 do capítulo 12 está diretamente relacionado com a Grande Tribulação. É o tempo de que falou Jesus para os judeus em Mateus 24.21: "porque nesse tempo haverá grande tribulação como desde o princípio do mundo até agora não tem havido, e nem haverá jamais".
"Eu ouvi, porém não entendi" (12.8): O grande profeta Daniel, chamado de "mui amado" no Céu, mostra aqui a sua humildade, dizendo que não entendeu. No capítulo 8.27 ele diz que não havia quem entendesse a visão. Não devemos ficar desapontados por não entender tudo destas profecias, porque o próprio Daniel confessou suas dificuldades. Em Mateus 24.15, quando Jesus fez referência a uma dessas profecias de Daniel, Ele disse: "Quem lê, entenda".

3.    O Livro de Apocalipse: Plenitude dos Gentios
Apocalipse é o livro das revelações e, ao contrário do livro de Gênesis que é o começo, Apocalipse é o livro da consumação. Nele, a oração da Igreja é atendida (Venha a nós o vosso reino).
Pelos Evangelhos somos levados a crer em Cristo; pelas Epístolas somos levados a amá-lO e; pelo Apocalipse somos levados a esperá-lO.
A autoria de Apocalipse é de João, o evangelista, um dos primeiros discípulos de Jesus. João assistiu ao julgamento de Jesus e a Sua crucificação, demonstrando assim sua fidelidade, firmeza e amor. Ele integrava o grupo íntimo de discípulos de Jesus, ao lado de Pedro e Tiago.
João pastoreava a Igreja em Éfeso quando foi enviado para a ilha de Patmos por Domiciano, em 95 d.C., em sua perseguição aos cristãos. Neste tempo foi escrito o livro e o ano comumente aceito como o de sua composição é 96 d.C.
 O tema do Livro de Apocalipse é “A Revelação Pessoal de Cristo em Glória em Sua Vinda” e classificação temática de seus capítulos é:

Capitulo 1:                    A Visão de Cristo Glorificado
Capítulos 2 e 3:            A Igreja no Passado e no Presente
Capitulo 4:                    A Igreja Arrebatada
Capítulo 5:                    A Igreja Glorificada
Capítulos 6 a 18:         A Grande Tribulação
Capítulo 19:                  A Volta Pessoal de Jesus em Glória
Capítulo 20:                  O Milênio e o Juízo Final
Capítulos 21 e 22:       O Perfeito Estado Eterno

Há também sete bem-aventuranças em todo o livro de Apocalipse, sendo:

1. “Bem-aventurados aqueles que leem... e guardam as coisas nela escritas” (1.3);
2. “Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor” (14.13);
3. “Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes...” (16.15);
4. “Bem-aventurados os que são chamados às bodas do Cordeiro” (19.19);
5. “Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na 1ª ressurreição” (20.6);
6. “Bem-aventurado o que guarda as palavras da profecia deste Livro” (22.7);
7. “Bem-aventurado aqueles que lavam as suas vestiduras...” (22.14).

O capítulo 2 de Apocalipse é o ponto de partida para o entendimento dos fatos. Nele vemos as Cartas às 7 Igrejas da Ásia. Escatologicamente, cada carta retrata um estágio diferente da história da Igreja. A 1ª carta, direcionada à Éfeso representa a primeira geração após os apóstolos. A carta à Laodiceia representa a igreja atual.


A volta de Jesus é iminente, pois os sinais evidenciam este grande acontecimento, como Falsos cristos e profetas; Guerras, Fome, Pestes, Terremotos, Apostasia, Perseguição aos Crentes, Iniquidades e Diminuição do Amor (Mt 24.4-14). Vale ressaltar que a 2ª vinda de Jesus se dará em 2 fases: Na primeira Ele virá como um ladrão de noite (Mt 24.42-44) e na segunda todo o olho O verá (Ap 1.7).
Após os sinais se cumprirem e, no momento em que Deus Pai dar a ordem, Jesus arrebatará Sua Noiva. Todos os que morreram em Cristo ressuscitarão e os Salvos Vivos serão transformados e, juntos, subiremos aos Céus com Cristo (ITs 4.13-17). Ressaltamos que os que morreram em Cristo não estão no céu ainda e sim no Paraíso (antigo Seio de Abraão) e que este evento antecederá a Grande Tribulação ou 70ª semana de Daniel.
Ao sermos arrebatados, participaremos do Tribunal de Cristo para, conforme as nossas obras, sermos galardoados (II Co 5.10). As obras poderão ser “perecíveis” ou “não perecíveis”. As PERECÍVEIS se queimarão no fogo e elas são de madeira, feno e palha. As NÃO PERECÍVEIS são de ouro, prata e pedras preciosas. Ressaltamos que, se a obra de alguém queimar, sofrerá dano, mas o tal será salvo, todavia, como pelo fogo (I Co 3.15). É neste evento que os pastores darão conta dos seus rebanhos, os maridos darão conta das suas esposas e os crentes darão conta de seus talentos.
Após galardoar seus servos fiéis, Jesus conduzirá a Igreja às mansões celestiais, onde será servida a grande Ceia do Senhor. Será um grande banquete, onde seremos servidos pelo próprio Cristo. Todos os salvos no Arrebatamento participarão. Os que forem salvos durante a Grande Tribulação serão salvos, mas não terão a oportunidade de participar das Bodas. Ficarão de fora os cães, os feiticeiros, os adúlteros, os homicidas, os idólatras e todo o que ama e pratica a mentira (Ap. 22.15).
Como ter a certeza que não participaremos da Grande Tribulação? Leiamos Apocalipse 3.10!
Depois que os crentes em Jesus Cristo tiverem sido arrebatados, a Grande Tribulação começará na terra. Esta é a 70ª Semana de Daniel. Neste evento se manifestará o Anticristo, que se colocará no lugar de Jesus. Ele é a besta que João viu subindo do mar (Ap 13.1). Será um grande líder político e operará maravilhas no governo único. Sua marca é o número 666. Ele, junto ao Diabo e o Falso Profeta formarão a trindade satânica.
Ainda dentro deste tema, vemos o juízo de Deus sobre o mundo, conforme Apocalipse 6.1-17 e 8.1-14, onde João vê um livro selado com 7 selos e somente Jesus pode desatá-lo.
        Ao abrir o 1º selo, surge um cavalo branco com um cavaleiro. Este é o Anticristo que virá seduzir as nações
        O 2º selo trás um cavalo vermelho, representando uma terrível guerra mundial, atacando Jerusalém e profanando o templo.
        O 3º selo trás um cavalo preto que simboliza a fome devido a guerra. Quem não tiver o sinal da besta não poderá comprar ou vender.
        O 4º selo trás um cavalo amarelo, símbolo da morte pela fome e guerra.
        O 5º selo é aberto e João vê os mártires que foram mortos na Grande Tribulação por sua fé em Cristo, testemunho e Amor (Ap 6.9-11).
        O 6º selo trás um grande tremor na terra, eclipse total do sol, a lua fica vermelha, “estrelas” caem, o espaço sideral muda, os monte e ilhas ficam arrasados por causa da ira do Cordeiro (Ap 6:12-17).
        O 7º selo será aberto na segunda metade da Grande Tribulação e 7 anjos tocarão 7 trombetas, sendo acontecimentos terríveis que cairão sobre a terra.

Após os 7 selos, 7 trombetas serão tocadas, uma após a outra:

        A 1ª trombeta trará saraiva e fogo misturado com sangue, queimando a terça parte da vegetação.
        A 2ª trombeta lança um grande monte ardendo em fogo no mar, matando as criaturas marítimas e tornando em sangue a 1/3 do mar.
        A 3ª trombeta tocada lançou uma grande estrela nas águas e muitos morreram de sede.
        A 4ª trombeta feriu 1/3 do sol e da lua, afetando o dia e a noite.
        A 5ª trombeta trará gafanhotos da terra para atormentarem os homens por 5 meses. A dor será tamanha que eles buscarão a morte, mas ela fugirá deles.
        A 6ª trombeta soltará 4 anjos e o exercito de cavaleiros demoníacos para matar a terça parte dos homens.
        A 7ª trombeta, quando tocada, trará o segredo de Deus, como anunciara os profetas. Provavelmente, este segredo está relacionado à nação de Israel, mas antes ela deve experimentar o sofrimento.

No intervalo entre as trombetas e taças, temos o livrinho trazido do céu que João comeu, as 2 testemunhas, a mulher e o dragão, a besta que subiu do mar e a besta que subiu da terra. Após, há o derramamento das 7 taças:

        O anjo derrama a 1ª taça e uma chaga maligna caiu sobre os homens;
        A 2ª taça foi derramada no mar e ele se tornou em sangue.
        A 3ª taça foi derramada nos rios e eles também se tornaram em sangue.
        A 4ª taça foi derramada sobre o sol e ele abrasou os homens com fogo.
        A 5ª taça pairou sobre o trono da besta e os homens mordiam a língua de dor. Enquanto isso, os homens blasfemam contra Deus e não se arrependiam de seus maus caminhos.
        Quando a 6ª taça foi derramada, o rio Eufrates se secou. Este rio era a ultima barreira para a destruição total.
        Findando, a 7ª taça foi derramada pelo 7º anjo e saiu grande voz do trono do céu, dizendo: Está Feito! Haverá, então, grande terremoto e cairá pedras do céu, como praga de saraiva, atingindo os homens.
Após as taças, haverá a queda de Babilônia, que representa todos os sistemas de idolatria opostos a Cristo.
Depois do período tenebroso da Grande Tribulação, Jesus voltará e implantará seu Reino Milenar na terra. Ele virá juntamente com a Sua Igreja, cercado de anjos e será visto por todos (Cl 3:4). Terminada as Bodas do Cordeiro, Jesus voltará com os santos e porá fim às catástrofes mundiais, livrar Israel e implantar seu Reino. Tudo acontece na Batalha do Armagedom, onde os exércitos do Anticristo se reunirão para destruir Israel. A batalha durará um dia e Israel não poderá vencer. Um terço dos judeus morrerá, mulheres serão violentadas e a situação será crítica (Zc 13.8; 14:2). Jesus descerá e socorrerá Israel. A nação vai reconhecê-lo como o Messias.
Com a vitória de Jesus no Armagedom, começa o período do Milênio. Satanás será preso por mil anos e Cristo restaurará a terra e vai governá-la durante este período. Jerusalém será a capital espiritual e política do mundo.
Todos os salvos em Cristo serão reis e sacerdotes e reinarão com poder e autoridade. Vão participar deste evento o remanescente dos israelitas que foram salvos e os que escaparam da Grande Tribulação. Os animais voltarão ao seu temperamento original e haverá saúde e prosperidade para todos.
Terminado o Milênio, Satanás será solto e sairá a enganar a muitos, tentando destruir os planos de Deus, mas depois será lançado no lago de fogo e enxofre, junto com a besta e o falso profeta para sempre. Os ímpios ressuscitarão para comparecerem diante do Trono Branco para o Dia do Juízo do Senhor. Todo joelho se dobrará diante do Justo Juiz para prestar contas. Primeiro serão julgados todos os que, desde Caim, amam e praticam a iniquidade. Em segundo, os que estiverem vivos naquela ocasião. Em terceiro, os ímpios e ateus que morreram no Milênio e, em quarto, os anjos caídos.
Aqui nesta terra, parece que os ímpios ficam impunes, mas Deus reserva um destino terrível para os tais. Após a morte ficam num estado intermediário de dor, chamado Sheol ou Hades (Lc 16.19-26). Após a condenação por Cristo, irão para o lago de fogo, onde haverá pranto e ranger de dentes, tendo a companhia do Diabo, Anticristo e do Falso Profeta. Haverá Novos Céus e Nova Terra e uma Nova Jerusalém. Com a restauração de todas as coisas, não haverá lembrança das coisas passadas. Tristeza e dor, nunca mais! Amém.